segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Wonderland

25.10 " - Bom, aqui estamos! – ela disse sentando-se numa poltrona em frente a minha, ao lado da grande vidraça da cafeteria.
- Eu te fiz tão mal assim? – droga! Por que eu estava fazendo esse tipo de perguntas pra ela? Por que eu estava me comportando tão idiota desse jeito e entregando as rédeas numa bandeja nas mãos dela?
- Você não me fez mal nenhum. Por que acha que fez? – e por que ela falava tão eloqüente sem vacilar em uma silaba? Ela não era assim quando nós namorávamos. Costumava gaguejar e travar a língua quando estava comigo e agora é completamente o contrário!
- Eu não sei. Talvez o modo como você tem me olhado na ultima hora; como se estivesse se vingando de mim! – pronto! Eu tinha acabado de falar tudo o que eu tinha pensado desde que à tinha encontrado em uma única frase. Acabei entregando a vitoria da noite pra ela sem nem ao menos pensar. Idiota!
- Me vingando de você de que jeito? E por que motivo eu iria querer me vingar de você? – ela fez aquela cara de indignada que eu bem conhecia. – Eu não tenho problema nenhum a seu respeito! Muito pelo contrario, tenho boas lembranças de você apesar de todos os pesares. Aprendi muita coisa com você, sou grata por isso, não teria por que me vingar de nada que tenha feito! – bom, antigamente eu era o superior nos nossos diálogos e agora ela era; mas alguma coisa me dizia que essa não era uma das coisas que ela aprendeu comigo!
- Me desculpe. – juro que não sei de onde veio isso.
- Tudo bem, você pode falar o que quiser. Eu ainda gosto de você. – ela entendeu como se eu tivesse pedido desculpas por ter feito as perguntas, mas eu sabia que aquele pedido de perdão foi por todas as noites que a deixei esperando, que a esqueci enquanto me divertia nos braços de outras, foi por todas as semanas que a deixei sem noticias e por quando a abandonei quando ela mais precisava. Eu percebi então o quão debilitado eu era; que eu tinha sido ridículo e tolo por tê-la considerado uma menina boba e fraca. Ela já não era mais uma menina, mas nunca tinha sido boba e fraca. Eu é que tinha sido prepotente e egoísta, ela apenas guardou para uma hora melhor tudo o que ela tinha de bom. A garotinha simples e inofensiva que eu tinha conhecido jamais existiu, foi uma mascara que o meu orgulho criou sobre a garota incrível que ela era. E foi vendo a mulher deslumbrante que ela se tornou hoje que eu percebi, que dês do dia em que eu a conheci até hoje, eu é quem fui o fraco.(...)
- E se eu te dissesse que eu te amo? – eu estava realmente me especializando em me complicar nessa conversa.
- Eu não acreditaria. – e ela teve esses anos todos pra se especializar em me derrubar.
- Por que não?
- Por que se você teve todas essas namoradas nesses anos todos e não gostou de nenhuma delas, provavelmente não gostou de mim e então, por que gostaria agora?
- As pessoas mudam! – por que eu disse isso?
- Eu ou você? – essa doeu!
- Nós dois. Mas se apenas eu tivesse mudado, eu te amaria mesmo assim. Quando eu disse que não gostei de nenhuma delas, eu me referi à todas depois de você. – essa foi boa!
- Então eu fui a ultima garota que você gostou? – eu não gostei dessa pergunta.
- É.
- Por que então você preferiu as outras?
- Por que eu sou idiota.
- Elas te fizeram feliz?
- Sim.
- Feliz de verdade? – eu sabia o que isso significava.
- Não. Elas faziam o que eu queria, pela minha fama, pelo meu dinheiro. Mas não gostavam de mim.
- Você acha que eu gostava?
- Acho! – torci pra que ela não entendesse isso como vaidade.
- Por quê?
- Por que se você não tivesse gostado, você não teria me feito tão bem quanto fez, e me deixado tão mal durante o passar do tempo quanto deixou. Se você não tivesse me feito tão bem e me deixado tão mal, eu não estaria tão bobo aqui na sua frente agora tremendo como um moleque e perdendo as palavras! – eu queria me achar o garanhão por ter dito uma coisa tão boa quanto essa, mas foi tão sincera que eu nem consegui contar vantagem.
- E quem me garante que o que você está falando é verdade? – é isso que você ganha por bancar o pegador a vida toda. A garota pela qual você treme as pernas não acredita em você.
- Eu não sei como garantir, mas... – agora eu literalmente perdi as palavras.
- Como foi a sua vida sem mim, nesses anos? Você lembrava-se de mim? – ela era engenheira produtora ou psicóloga?
- Não. Eu te esqueci muito rápido e fácil, esqueci de você com perfumes baratos e beijos plastificados. Era como se você nunca tivesse existido na minha vida. Mas faltava alguma coisa, alguma coisa que eu não lembrava, mas que sentia falta. – isso foi bonito!
- E você se lembra de mim agora?
- Perfeitamente. É como se todos os dias em que eu senti um vazio ao meu lado reprisassem na minha cabeça como se eu soubesse que era de você que eu sentia falta. – isso também foi bonito.
- E se eu te dissesse que eu não te esqueci? Que eu não amei mais ninguém depois de você e lembrei de você todas as manhãs quando ninguém me acordava? Você ainda vai achar que eu sou a garota mimada e infantil que esperava por você pra olhar um filme no sofá de casa? – droga! Ela era definitivamente melhor que eu nesse negocio de falar bonito.
- Não, por que em meio a falta que você me fez eu vi que aquela garota que eu achava ser inanimada e boba nunca existiu. Você só não achou que eu fosse merecedor de conhecer esse lado seu que eu estou conhecendo hoje.
- Bingo!
- E por que hoje você acha que eu mereço?
- Eu não acho. Mas vou arriscar.
- Me sinto honrado e maravilhado por isso. – que coisa idiota foi essa?
- E se eu te dissesse que eu ainda te amo? E que eu não desejei mais ninguém em todos esses anos enquanto você estava com milhares de outras mulheres fáceis?
- Você estaria mentindo.
- Você tem razão! – eu realmente não esperava por essa!
- Sinto muito.
- Talvez se nós tão tivéssemos sumido um da vida do outro eu nem teria te feito tão feliz assim.
- Eu tenho certeza que sim.
- E como nós estaríamos agora?
- Casados!
- Ah, é claro! O garotão que só ia se casar depois dos trinta! – ela quase se engasgou de tanto rir.
- Eu costumava pensar assim até duas horas atrás antes de você invadir meu palco.
- Você vai mudar sua perspectiva de vida à respeito da sua liberdade e das mulheres só por que agora eu sou alguém na vida?
- Você sempre foi. – essa tocou profundamente.
- Você nunca pensou assim antes de me perder de vista. – essa doeu profundamente!
- Queria ter percebido que você é a mulher da minha vida antes de ter sido tão mesquinho com você.
- Eu nunca fui uma mulher pra você até duas horas atrás antes de eu invadir o seu palco.
- Você tem razão, eu não te conhecia mesmo.
- Muito prazer!"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Inexplicável

17.10 Ainda parece nosso primeiro dia juntos, parece o primeiro beijo. Ninguém pode melhorar isto. A primeira vez que nossos olhos se encontraram, cada detalhe que eu ainda me lembro. Como eu poderia imaginar que um dia seria assim? Só quero continuar assim. Então me desculpe, se eu te amo um pouco mais do que eu deveria.
Ninguem pode explicar com adoraveis palavras se você simplesmente não entende. Eu posso te mostrar o caminho, se você quiser estar ao meu lado. O tempo todo, todo o brilho nos seus olhos, eu nunca vou esquecer. Tudo o que eu sei é que não há mais tempo, nao há luz, nao há como voltar. E eu amo você. (Gui Boratto)

Four months today

sábado, 16 de outubro de 2010

“Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.”
(A menina que roubava livros)