segunda-feira, 28 de março de 2011

Rockeiros Subjetivos

O Rock and Roll surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, se espalhando rapidamente para o resto do mundo. Mas será que por trás de uma ou duas guitarras elétricas, um baixo e uma bateria existe apenas uma “musicalidade”? Bom, se a Wikipédia diz que “muito além de ser simplesmente um gênero musical, o rock and roll influenciou costumes, atitudes e linguagens, mas acima de tudo, estilos de vida!” quem sou eu para discordar? Quando Alan Freed, usou a expressão “Rock n’ Roll” pela primeira vez, ele não se referia à um conjunto de sons e uma sinfonia de batidas. Ia muito além. Por trás dos belos rostos dos Monkees, ou dos cabelos escorridos de Ozzy Osbourne, ha muito mais do que se pode obter em uma primeira impressão. A atmosfera que o som cria não é uma coisa à se entender pelos olhos, mas sim pelos ouvidos e pelo mais profundo da mente. Não é uma coisa que nós sejamos capazes de entender, de decifrar. É uma coisa que nós apenas somos capazes e gostamos de ouvir. O rock, para muitos, é um estilo pessoal e social; des de roupas, acessórios, cabelos, pôsters nas paredes do quarto. Mas isso não é uma regra. O verdadeiro rock n’ roll não precisa transparecer na sua roupa de ir ao colégio ou de encontrar um amigo num bar no sábado a noite. É possível, sim, substituir os coturnos por um par de scarpins de veludo, as calças rasgadas por um jeans de lavagem italiana, as pulseiras de tachas por relogios comuns ou pulseiras de strass. Os amantes de rock não são somente aqueles com os longos cabelos do Axl Rose, cara de mau e camiseta do Nightwish; são os nerds em suas camisas de gola rolê, as garotas em jeans skinny, os professores certinhos com suas maletas de couro, os atendentes de loja com o cabelo penteado. É claro que o rock pode ser demonstrado nas roupas e no estilo físico, mas está, acima de tudo, no psicológico, nas horas de lembrar uma letra de musica, nos fones de ouvido! Quem pode garantir que a garota extrovertida e simpática não pode estar tendo os ouvidos invadidos, com seu celular rosa, por um belo solo do Slash? Quem garante que o garotão de academia não prefere os acordes do Jimi Hendrix aos anabolizantes? Ninguém sabe, mas por dentro dos “padrões clássicos da sociedade”, podem existir grandes amantes das guitarras. O rock não é uma moda, uma coisa da atualidade que todos resolveram seguir por que é tachado de “legal” pelos demais. O rock é antigo, vem de muito antes dos Beatles, do Guns n’ Roses, muito antes de 1950. O rock nasceu junto com o homem, num sentimento, numa busca pela batida perfeita, numa procura desesperada de DESISTIR de buscar a perfeição. Era uma idéia da cabeça, uma vontade, a sabedoria pessoal; que milhares de anos depois pôde ser transcrita em melodias e acordes. O rock estava nas serpentes, nos espinhos, nas consequencias. O rock era o fruto proibído! Mas não venha me dizer que rock n’ roll é coisa do demônio. Muito pelo contrário! As letras falam de raiva, de dor, de revolta, mas também falam de amor, de garotas, liberdade, natureza, religião, saudade, arrependimento, drogas, segurança, sexo, morte e outras viagens. E essas não são, de fato, coisas da vida? Da vida criada por Deus? E então, o que tem de satânico nisso? Nada. Deixando os longos cabelos engrenhados para os mais ousados; nós, Rockeiros Subjetivos, somos então, uma versão dos bons e primórdios amantes da boa música, moldados à sociedade atual? Sim, por que não? Seja rockabilly, clássico, psicodélico, punk, pop, techno, trash metal, hard core, progressive, death metal, gótico, heavy metal e até o reggae, que é uma vertente do bom rock; a função é sempre a mesma: o delírio completo da mente. Num bom sentido. O sentido de se perder, de realizar, de imaginar, de se conhecer, de aprender, de idealizar, de encontrar o seu universo, lutar, filosofar! O rock é baseado em todos os sentidos da vida, mas principalmente na revolta; contra os outros e contra si mesmo, contra aquilo que julgamos errado e aquilo que não nos faz bem. Os rockeiros, ao contrário do que dizem os leigos, não buscam acabar de vez com a vida e dane-se o resto, buscam o equilíbrio da própria vida sobre a imperfeição. A revolta é o que te faz querer mudar, evoluir, melhorar e aceitar. E ela não é uma coisa demonstrada em pulsos cortados, piercings agressivos, tatuagens cobrindo o corpo e mensagens de suicídio. A revolta está na mente! E a mente é o que mantém essa filosofia de vida de pé pelo escorrer do rio dos anos. Vida longa ao bom e velho Rock n’ Roll!

Nenhum comentário:

Postar um comentário