terça-feira, 28 de junho de 2011

"E quem diria, que os romances históricos nem sempre começam com 'Era uma vez..'"
Anderson Rafael Machado
Um ano, Dezessete de junho de dois mil e dez.
Tudo que uma pessoa merece por momento. Tudo que uma pessoa quer. Tudo que ela deseja, mesmo que inconscientemente. Bom, se você for ovacionado no final, isso que dizer que você fez tudo direito. Até que o anonimato não é tão ruim assim. Seja importante para aquelas pessoas que te notam. Seja um ponto de luz em uma extensão escura e fria. Porque no final, a única coisa que realmente importa é...
-... existir. - Sussurrei.
(A inquietante genialidade)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nós

A verdade é que eu não aprendi a gostar de você, eu sempre gostei, eu aprendi a admitir. E a aceitar que nós somos completamente diferentes, que nunca vamos concordar em tudo.
Você é a voz, eu sou a escrita, você é pensamento positivo, eu sou realismo, você é o teclado, eu sou as páginas de um livro, você é ditado popular, eu sou explicação cientifica, você é batida, eu sou acorde, você é a narrativa simples, eu sou o sarcasmo, você é o salgado, eu sou o doce, você é papo sério, eu sou deboche, você é amor atual, eu sou romance à moda antiga, você é ação, eu sou comédia, você é um olhar, eu sou um sorriso, você é o site de fotos, eu sou o mural na parede, você é uma ligação de manhã cedo, eu sou as mensagens de madrugada, você é a febre, eu sou a hipotermia, você é computadores, eu sou guitarras, você é coração, eu sou razão, você é café expresso, eu sou cappuccino, você é o dia, eu sou a noite, você é mostarda, eu sou ketchup, você é chocolates num sábado à tarde, eu sou flores num domingo de manhã, você é o elogio, eu sou a perda de palavras, você é fones de ouvido, eu sou palhetas, você é o Valete, eu sou o Chapeleiro Maluco, você é o deslumbre, eu sou a preocupação, você é as luzes, eu sou a falta delas, você é concreto, eu sou abstrato. Você é tudo o que eu não sou, tudo o que eu preciso pra ficar equilibrada. Sem você eu seria apenas uma balança sem foco, eu seria, então, só uma metade. Uma felicidade pela metade, um sofá ocupado só de um lado, um pôr do sol observado sozinho, uma torrada só com queijo. Eu seria só eu, não nós, seria só mais um figurante.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

No começo

No começo as emoções são mais intensas; o primeiro beijo, a ansiedade, a espera por uma ligação, as dúvidas. Então vem as primeiras dificuldades: a insegurança, o ciúme; mas também vem aquelas bobagens de coração fraco: a primeira vês que se pega na mão, os lugares marcantes e as primeiras boas memórias: o primeiro filme, os primeiros presentes, as datas comemorativas, as declarações de amor corajosas e envergonhadas, as mensagens de texto inesperadas, as ligações de madrugada.
No começo é tudo bonito, até o desespero é bonito, as noites em claro, a espera por uma reconciliação. No começo as brigas duram quinze minutos e são caladas por beijos inebriantes e pedidos de desculpas; até a saudade é acompanhada por um sorriso.
Com o tempo, as coisas se apaziguam, se estabilizam e o gráfico deixa de fazer ondas e passa apenas a subir. O companheirismo cresce, aparece a sensação de que se tem alguém com quem contar para tudo, pelo resto da vida. Estabelece-se confiança, credibilidade, amizade; as declarações de amor passam a ser extensas e perturbadoras, as palavras dóceis, as lagrimas emocionadas, as férias fantásticas e a sensação confortável de não precisar de mais nada. Tudo parece perfeito, comer um cachorro quente num sábado à noite é um programa insubstituível, olhar a programação da TV no domingo à noite é imprescindível, passar as tardes jogando conversa fora, então, nem se fala! Nada é rotina, nada é tedioso. Alguns chegam a pensar, até mesmo, imaginem só, em casamento!
E então, as brigas começam a se estender por vários dias, a voz passa a ser fria e tudo gera discussões. As declarações se esvaem, a vontade de sentar numa cadeira e ver a tarde passar também já não faz diferença, as noites em claro passam a ser motivadas pela dor. O clima pesa e faz tudo ficar cansativo. Sozinhos, começam a sentir-se esquecidos e mal amados, tudo torna-se movido pelo mau humor e as cores do mundo também de vão. Nada mais parece valer a pena e passa-se a sentir saudade; não do outro, exatamente, mas do que ele costumava ser, passa-se a sentir saudade do começo!
As palavras de amor fazem falta, os toques singelos fazem falta, o olhar apaixonado e aquela sensação de abstinência, de não viver mais sem. Aquela pessoa que, há alguns meses atrás, parecia incapaz de te fazer sofrer, passa a falar, pensar e agir exatamente do jeito que te magoa. Parece que ela sabe tudo o que você mais odeia e deixa ali, explicito, pra te sufocar e te fazer enfraquecer. Alguns chegam até a deparar-se com um inimigo, um monstro que, aparentemente, engoliu aquela pessoa que parecia perfeita e inofensiva.
A vida passa a transformar-se num monótono Stand-by, ambos se ligam no piloto automático e deixam tudo como está, tentando manter-se vivos entre uma briga e outra. Acabam-se os planos para o futuro, a ansiedade, acabam-se os “liguei só pra dizer que eu te amo!”. Chegam a durar dias as discussões mudas.
É nessa hora que a maioria dos casais sensatos pensam “Ok, hora de terminar”. Os insensatos? Os insensatos olham para o lado e vêem alguém que, acima de seus defeitos, quer ter pelo resto da vida, alguém que bem lá no fundo, por trás da mascara de mágoa e frieza, ainda é o mesmo pelo qual se apaixonou há tempos atrás. Olham nos olhos e dizem “vale a pena”, e fazem tudo voltar a ser como era no começo. Os insensatos amam, e vão continuar amando, pois já dizia o poeta: amor, é quando você tem todos os motivos pra desistir de alguém, e não desiste.

Memories!

Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado.
(Bob Marley)

O Sol

Quando faço algo nobre e belo e ninguém nota, não fico triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e, no entanto, a maioria da platéia ainda dorme.
(John Lennon)
Às vezes eu queria salvar alguns momentos em “favoritos” e abrir quando tenho vontade, só para viver tudo aquilo novamente.