Don't know

09.01 Não sei se eu já acredito que amor existe, a minha ideologia ainda vai bastante contra isso, mas como negar quando eu consigo ver todos os seus pensamentos quando olha nos meus olhos e um “Eu te amo” ecoa ao fundo? Eu não sei se eu acredito nas coisas que fala, nas coisas que faz, nas coisas que eu sinto; à propósito, “não saber” foi um verbo bastante presente no meu vocabulário nos últimos meses.
Eu queria mentir e dizer que eu não sou feliz quando tudo o que resta somos só nós dois, eu queria dizer o quanto eu sou capaz de viver sozinha e quanto não me faz diferença quando segura a minha mão, quando me pede que eu o abrace forte e quando me faz prometer que nada vai nos interromper; mas não dá.
E o que mais dói é saber que eu já não consigo mentir tão bem pra mim mesma, a cada dia e a cada palavra dita, escondida ou sussurrada eu só tenho ainda mais a certeza de que eu já não consigo esconder de mim mesma o quanto eu preciso do seu sorriso comigo. Por que mesmo a quilômetros de distancia, mesmo inconscientemente, eu sempre procuro por você. Eu sei de todos os seus sentimentos, sei de todos os seus passos e chego a conseguir vislumbrar os seus pensamentos. Eu sou capaz de medir o seu fôlego e de contar cada batida do seu coração. Mesmo que você não saiba ou sequer imagine, mesmo que você não queira; eu conheço todos os seus sorrisos, todas as suas palavras e o seu tom de voz, eu conheço todas as suas caras, todas as suas manias e cada detalhe dos seus olhos.
Eu me lembro de todas as suas frases de efeito e a cara que você fazia quando esperava uma resposta minha, me lembro do começo, da continuação, dos problemas, mas não ouso a imaginar um fim... Me lembro também das brigas, das ofensas, da raiva. E o mais engraçado é que nada deixou de valer à pena. E lembro de todos os conselhos que já me deu enquanto me abraçava dizendo que tudo dependia de mim para melhorar, lembro das suas roupas e do cheiro delas e hoje em dia vivo me policiando para não pensar incansavelmente nisso tudo com aquela clássica cara de boba.
Por que eu gosto de você? Bom, eu não sei ao certo. Talvez seja por que eu fico em paz ao seu lado, ou de repente pela duvida que você me deixa quando vai embora. Tem gente que diz que você me faz incrivelmente bem, que eu sorrio mais quando você não some. Não sei se é bem isso, não sei se eu gosto de você só pelas coisas boas. Acredito que eu goste de você por todas as noites que me fez passar em claro discutindo comigo mesma se você me ligaria no dia seguinte, e acho que gosto de você também quando você não ligava e me deixava com raiva. No final das contas eu acho que gosto de você por todas as coisas que me faz sentir; das melhores às que eu menos gosto de lembrar. Ou não... Bom, eu não sei.
Me desculpe se eu já te decepcionei, se eu não tentei te animar e se muitas vezes não tive paciência pra me por no seu lugar. Me desculpe pela minha inconveniência e o meu variável desinteresse, por te deixar sozinho e por não te dizer todos os dias o quão incrível você é.
Não sei se alguém um dia já passou por tantas coisas das mais diversas ao meu lado e não sei se alguém já passou por tantas coisas para estar ao meu lado. É, eu não tenho sabido de muita coisa ultimamente.. Mas eu sei que não me arrependo de nada que eu já passei ao seu lado, sorrindo ou não.
Obrigada por ter me feito rir e por não me deixar chorar, obrigada por estar ao meu lado mesmo quando eu fui uma péssima companhia; por ter aberto mão de tanta coisa, por ser paciente pra me entender e por ser tão perfeito aos meus olhos. Obrigada pelas nossas brincadeiras, nossas conversas e nossas tardes sem fazer nada. Obrigada por não ter desistido de mim!