
- Tudo bem. – ele sorriu e soltou minhas mãos. – Onde está o Jack?
- Quem?
- Danniels! – ele foi em direção a minha cama, sentou-se lá abrindo a garrafa de novo.
- Ah. – eu fiz o mesmo em seguida.
- Me conta do seu amigo?
- Hãn?
- Alighieri.
- Ah. Você já sabe.
- Ele foi seu namorado não é?
- Foi sim.
- E você gostava dele? – ele me olhava com o canto do olho indiferente enquanto bebia no gargalo da garrafa.
- Precisamos falar disso?
- Vamos lá, Alice. Você nunca fala dele.
- Eu acho que gostava.
- E ele gostava de você?
- Eu não sei.
- Acho que se ele gostasse vocês estariam juntos.
- Por quê?
- Por que ele seria inteligente pra não te dispensar.
- Ah. – eu não queria continuar falando do Matthew.
- Ele foi seu primeiro namorado?
- O primeiro que eu realmente levei a serio.
- E por que terminaram? – curioso idiota.
- Você está me analisando? Não sabia que gostava de psicologia.
- Me responde Alice.
- Escuta... Eu gostava dele. Mas foi um namoro meio “turbulento”.
- Por quê?
- Por que ele era o garotão que vivia nas festas e eu era a menina feia e idiota que ficava em casa no computador.
- Ele te traiu?
- Não que eu tivesse provas concretas, mas, é obvio não é?
- É sim. – ele precisava ser tão direto?
- Então.
- Mas não foi por isso que terminaram.
- Ele era maduro demais pra mim.
- Em que sentido? – que saco isso. Chega de perguntas!
- No sentido literal, Damon. Sabe, ele fazia coisas que eu não fazia. Estava pronto pra coisas que eu não estava, se é que você me entende.
- Entendi. – era bom falar com o jogo tão aberto, mas estava beirando ser constrangedor.
- É.
- Você que era madura demais pra ele.
- Impossível.
- Claro que sim. Se ele fosse maduro, não teria perdido você por essa idiotice.
- Obrigada.
- Acho que é egoísmo, mas, fico feliz por ele ser tão idiota.
- Por quê? – eu olhei assustada.
- Por que seria ele quem estaria aqui com você agora e por que você nunca teria me feito o homem mais feliz do mundo como fez. – já era demais, ele precisava parar com isso.
- Você precisa parar com isso.
- O que?
- Todas essas coisas e as coisas que você fala.
- Você não gosta?
- Gosto. Mas não gosto de como eu me sinto quando as ouço.
- Você me ama. – ele sorriu. Tarde demais! Olhei em seus olhos e não consegui fugir deles, estavam perto demais. Ele tinha sido a pessoa mais importante que eu já tinha conhecido que nunca tinha me virado as costas, mesmo que eu o tratasse mal, o desprezasse e o visse do modo errado; ele sempre esteve ao meu lado! Mesmos com os meus defeitos e as minhas covardias. Ele nunca havia desistido de mim mesmo com a minha notável falta de coragem de me aproximar de alguém. Ele sabia melhor do que ninguém o quão fechado era o meu coração e mesmo assim ele não tinha me julgado pela frieza do meu sangue. Eu devia muito a ele, pelas noites que ele me levou ao cinema, pelos almoços que ele me fez depois das ressacas, pelas coisas que ele já tinha me dito e o bem que já tinha me feito. Eu não o amava como deveria, eu não queria amar mesmo que ele merecesse, mas eu era grata até mesmo por aquelas flores e o cappuccino com batatas fritas."
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